Para sócio fundador da R & S BLUMOS, “falta amor, ômega 3 e paciência no mundo”

Você já parou para pensar em um mundo melhor a partir do consumo consciente, saudável e sustentável? Essa é a proposta de Fernando Santana, sócio fundador e CTO da R & S BLUMOS, que participou de mais uma edição inédita do projeto “O Futuro da Alimentação”, comandado por Rodrigo Barros, CEO da Boali. Temas como revolução alimentar, consumidor e as formas de consumo, tecnologia limpa e novos produtos nortearam o bate-papo.

Detentora de um portifólio de ingredientes 100% ‘plant based’ e há anos baseada na reputação do desenvolvimento de ingredientes e conceitos inovadores para o mercado de alimentação saudável, a R & S BLUMOS, que detém uma curadoria de ingredientes e processos as-a-service (como serviço), se define como uma empresa apaixonada pela mudança e capaz de criar a comida da nova era.

“Há uma revolução alimentar ocorrendo nesse exato momento”, afirmou Fernando durante a conversa. Segundo ele, o consumidor e as formas de consumo estão em profundas mudanças e a cada dia ele está mais consciente com o que põe no prato. Segundo ele, “é nosso papel estar sempre um passo à frente, ajudando a transformar o mundo em um lugar melhor para todos.”

“Carnevale”

Alinhado ao propósito de tecnologia e conhecimento para mudar, a R & S BLUMOS, que já vinha estudando o mundo das carnes há cerca de quatro anos, recentemente anunciou sua nova marca b2b de soluções, a “carnevale”. A novidade contempla as novas famílias de ingredientes existentes para a criação de carnes 100% vegetais.

Durante a conversa, Santana explicou que Carnevale é uma expressão italiana derivada do latim ‘carnem’ (carne) e ‘levare’ (remover) em referência ao período da quaresma. “Através de processos simples e limpos, conseguimos combinar tecnologia e a natureza do reino vegetal para criar ingredientes para produção de análogos de carne bovina e de novas texturas para análogos de cortes de frango, peixes e porcos, só usando plantas”, contou.

Planta “like a meat”

Fernando explica que a textura é uma alternativa que a indústria encontrou para que os ser humano possa ingerir mais plantas, uma vez que a textura pode ser algo que “canse” o consumidor. E é neste momento que, segundo o engenheiro de alimentos, entra a parte tecnológica onde a ciência de alimentos faz o trabalho dela, unindo tecnologia com o reino vegetal. “É meu papel ficar 12 horas dentro de uma fábrica adicionando temperatura e pressão para fazer uma texturização que nos remeta a carne, sem ser de bicho”, explicou.

A texturização é a tecnologia mais disponível para que o ser humano coma planta de maneira modificada com o prazer e a sensação semelhante à textura de uma carne, por exemplo. A R & S BLUMOS utiliza um método chamado extrusão que serve para fazer expansão de amido e salgadinhos, mas também para texturizar proteína.

“Misturamos proteína em pó que vem dos vegetais [concentrada ou isolada], água, vapor, energia mecânica e com tudo isso ela muda sua conformação proteica. Mesmo processo que um animal faz em seu organismo”, detalhou o especialista, ao citar que o mundo está buscando um processo mais limpo e eficiente do ponto de vista energético e que é responsabilidade da indústria fazer com que isso seja acessível para o consumidor. “Sou uma abatedor da nova era, na qual nenhum animal sai ferido”, complementou.

Fernando acredita que o mundo, obrigatoriamente, vai comer mais planta e menos bicho – não exatamente mais grão. E A nossa alimentação hoje, segundo ele,  pode ser muito mais diversificada com frutas, legumes, oleaginosas e essa reconexão com a natureza está trazendo um despertar muito grande. “Do ponto de vista industrial, estaremos mais focados em um mundo que se baseia muito mais num universo vegetal. De fato, na nossa visão, o mundo vai passar a comer mais leguminosas e grãos, travestidos de outras coisas”, revelou.

Questionado por Rodrigo Barros sobre o futuro da alimentação, Fernando foi enfático ao dizer será a presença da alimentação. “Conseguirmos no nosso papel de líder e empreendedor, fazer mais do que apenas só ganhar dinheiro, que é uma consequência de algo maior do nosso proposito genuíno é algo extremamente indispensável”, contou o executivo que também disse não acreditar no futuro.

Para ele, fazer as atividades diárias e mostrar para um mundo de quase oito bilhões que se alimentar é um ato poderosíssimo pela frequência e importância que causa em cada uma das pessoas e no planeta, é primordial. “Olhar o presente, entender 2020 e pensar em tudo que está acontecendo é uma sequência de coisas que resultou em tudo que acontece, pra mim, é o futuro da alimentação”. E concluiu ao dizer que o mundo precisa de amor, ômega 3 e paciência.

Acesse o canal de “O Futuro da Alimentação” no youtube ou então ouça o podcast exclusivo no spotify para conferir mais detalhes sobre a conversa!

Foto: reprodução

 

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