“Saber como o consumidor está se comportando é um dos maiores desafios do setor de alimentação fora do lar”, diz CEO da Galunion

Saber como o consumidor está se comportando é um dos maiores desafios do setor de alimentação fora do lar. Essa afirmação com tom de preocupação é de Simone Galante, fundadora e CEO da Galunion, consultoria especializada em foodservice. Durante o bate-papo, que integra a agenda do projeto “O Futuro da Alimentação”, encabeçado por Rodrigo Barros, CEO da Boali, a empresária, que também faz parte do Conselho Consultivo da Boali, falou sobre os desafios e dados do setor, experiência e hábitos do consumidor, canais de vendas, delivery e outros assuntos relevantes sobre alimentação fora do lar.

Para Simone, todos estão olhando para o cenário imediato. O impacto que a covid está promovendo, além da eventual portabilidade do setor mostra, traz números que variam entre 25% e 40% – números estes com projeções bastante pessimistas. “Na Galunion essa projeção está entre 25% e 27%, no máximo, justamente porque estamos vendo novos entrantes no segmento, como os restaurantes virtuais vindo com uma potência enorme com diferentes players inaugurando no mercado”, conta a executiva.

A perda de emprego foi outro ponto citado e que mexe com o balanço dos dados do setor. A alimentação muitas vezes é considerada com baixa barreira de entrada, então é fácil ver empreendedores informais como novos entrantes, principalmente nos setores de bolos, doces e marmitas, onde. Segundo Simone, esses são setores que muitas vezes abastecem a renda extra para uma família que perdeu o emprego. “No final das contas todo mundo come, por isso costumamos falar que este é um setor vivido e que está sempre se reinventando”, comentou.

Dados e canais de vendas

A Galunion prevê uma queda que deve se reconstruir com outros players que irão sobreviver – principalmente após a pandemia -, e ficar cada vez mais fortes, para que o cenário consiga apresentar crescimento relativo. A projeção é que no final de 2022 o setor apresente, de fato, uma recuperação mais substancial. Na visão da especialista, toda essa mudança de cenário torna cada vez mais difícil obter alguns dados sobre como o foodservice vem perfomando porque os canais estão se mesclando.

“Começamos a ver o foodservice indo para o varejo e entrando em outros lugares, portanto, será uma missão interessante entender para onde o setor está caminhando a partir de agora”, revelou.

Novos canais serão criados o tempo todo, principalmente porque o consumidor precisa ser atendido. Desta forma, ir até o consumidor e conhecer suas necessidades acaba sendo vital. “Coletar os dados do consumidor é importante desde que eles se transformem em insights para os seus negócios”, sugere Simone.

Cultura

A cultura nos protege em momentos de incerteza. É fundamental que os gestores olhem para dentro da cultura dentro da empresa e entendam essa dimensão da ciência que precisa ser colocada junto para retroalimentar o aprendizado e para conseguir colocar em prática a transformação positiva no negócio.

“No final das contas, transformação nada mais é orquestrar uma série de mudanças que são necessárias serem feitas ao mesmo tempo”, disse a CEO da Galunion que comparou essas mudanças aos tipos de canais, ofertas, análise de dados, estrutura e dinâmica de incentivos como pontos importantes para definir a trilha do futuro.

Delivery

Segundo Simone o terreno de delivery vai ficar ainda mais competitivo e o jogo vai ser da qualidade acima de tudo. “Entram aí embalagem, comunicação, verdade, transparência. Enxergar o público, cada um com o seu. E a experiência do consumidor vai ser mais valorizada do que nunca. Ela vai precisar, obrigatoriamente, trazer sensações e imagens memoráveis ao cliente”, declarou.

Futuro da alimentação 

A especialista listou seis desafios usados na Galunion para definir o futuro da alimentação:

  1. Como é que eu sou desejado e encontrado;
  2. Como eu tenho uma oferta relevante;
  3. Como eu reconheço as novas ocasiões de consumo;
  4. Como eu respeito o tempo;
  5. Como gerir com dados e algoritmos;
  6. Como eu gero experiência significativa.

“Pegue todos esses desafios e pense em como solucioná-los. A convergência dessas soluções trará o futuro da alimentação”, finalizou.

Confira o bate-papo na íntegra no canal oficial de “O Futuro da Alimentação” no youtube. Ou, se preferir, acesse o nosso canal no Spotify.

Foto: reprodução

 

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