5 pontos de atenção para quem quer investir no mercado de franquias em 2021

Quem atua no franchising já deve ter percebido o quanto o setor costuma ser resiliente e sobrevive às mais diversas crises que acometem a economia de tempos em tempos. Depois de um ano como 2020, os critérios para escolher uma franquia para investir precisa ser ainda mais rigorosos do que já eram. Apesar de ser uma modalidade de negócio já testada e respaldada por uma marca franqueadora e uma lei específica, ainda assim é uma empresa e ela pode estar suscetível a transformações comportamentais e mercadológicas.

No ano passado, todas as empresas, da menor à maior, passaram por transformações causadas pela pandemia do novo coronavírus. Segundo Rodrigo Barros, CEO da Boali, é evidente que houve uma aproximação da franqueadora com a realidade de cada franqueado. “O diálogo entre todas as pontas, no caso da Boali, passou a ter ainda mais força. Com os estágios da pandemia em cada região onde a marca atua e com as diferentes decisões de cada estado diante do avanço da crise, esse canal precisou ser ainda mais eficaz para a definição da melhor estratégia e, consequentemente, da saúde da rede”, disse.

De acordo com Lyana Bittencourt, CEO do Grupo Bittencourt, por mais tentador que seja olhar apenas para segmentos que aparentam ser prósperos agora, o investidor interessado em ter uma franquia deve estudar marcas que procuraram se transformar em uma pandemia e pretendem se manter relevantes depois. “As tendências vão muito em linha com os negócios que conseguiram se reconstruir durante uma pandemia”, afirma.

Está pensando em investir em uma franquia em 2021? Então você precisa conferir essas dicas:

1 – Fuja de quem ainda insiste apenas no off-line

O primeiro critério a ser analisado é se a marca conseguiu converter o negócio para o digital. De acordo com Lyana, as marcas que têm tido mais sucesso são as que conversam com o consumidor, entregam curadoria, valorizam aspectos sustentáveis ​​e a “hiperconveniência”. Essas são características que ajudarão todo negócio a ter resultados melhores em 2021. “Assegure se a empresa permite que franqueados vendam por canais online, que participem da omnicanalidade. Se a marca tiver isso, mesmo não sendo um segmento crescente, é um bom negócio a ser avaliado”, explica.

2 – “Hiperconveniência” como modelo de negócio

Modelos que propiciem o chamado “delivery de tudo” têm grande destaque. Isso vale para lojas com processos estruturados de vendas pelo WhatsApp, por exemplo e as dark kitchens. Há algumas com mais de uma marca de franquia operando no mesmo local, que atendem a diferentes períodos de consumo com o mesmo equipamento, por exemplo. Um outro ponto para ficar de olho é se a rede já fez ou pretende entrar na onda das live commerces – transmissões de dentro das lojas que permitem interação e compras ao vivo. O movimento ganhou força em 2020 e promete “fazer barulho” este ano.

3 – Preveja o pior cenário: planejamento financeiro ainda mais conservador

Lyana afirma que é um risco muito grande investir em algo com o pensamento de que as mudanças são apenas “questão de tempo”. O planejamento financeiro precisa ser elaborado com mais cuidado e atenção do que já era feito antes. Os contratos também precisam ser bem expedidos. “Capitalismo consciente’ não é mais um termo clichê. Quem não entender isso ficará para trás”, diz.

4 – Multifranqueados

Os franqueados que comandam várias unidades já fazem parte do ecossistema de franquias há algum tempo, mas o perfil ganhou força durante uma pandemia e deve avançar nos próximos meses. Segundo André Friedheim, presidente da ABF, esse empreendedor aproveita oportunidades com menos custos, assumindo operações deficitárias ou de franqueados que passam por mais dificuldades na gestão.

5 – Fusões, aquisições e colaborações

Os movimentos de compra e união de redes de franquia, que cresceram em 2020, devem se intensificar em 2021 em busca de escala e melhores pontos de pontos e fornecedores, de acordo com Friedheim. Ao mesmo tempo, as colaborações também devem se tornar comuns, com marcas que têm sinergia dividindo o mesmo espaço. “Vimos isso com as dark kitchens em 2020, mas também teremos esse movimento em pontos físicos”, disse Friedheim.

Desafios diante da pandemia

Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no ano passado mais de 135 mil lojas foram fechadas no Brasil. No setor de franquias, por exemplo, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) registrou uma queda de 18,1% no primeiro semestre no faturamento de 2020, o que significa que o montante caiu de R$ 84,5 bilhões para R$ 69,2 bilhões quando comparado ao ano anterior.

Dentro desse contexto Rodrigo Barros salienta sua preocupação com a pandemia, mas destaca que realizou um esforço ao lado dos seus franqueados para virarem, juntos, o jogo. “O cenário continua sendo muito desafiador, tem que ter coragem”, diz o CEO da empresa, que hoje conta com mais de 50 operações espalhadas por todo o território brasileiro. Com a maioria das lojas e quiosques localizados em shoppings, a rede do segmento de alimentação saudável não escapou do impacto negativo gerado pela crise sanitária.

“Tivemos uma queda de vendas no balcão, em compensação, janeiro de 2020 representou 19% das vendas totais da Boali no delivery. Já no mesmo período de 2021 esse número alcançou 48% do faturamento da rede, ou seja, um crescimento de 120% em relação a janeiro de 2020 e 28% se comparado a dezembro de 2020”, lembra o executivo.

Apesar dos desafios, Barros acredita que a Boali seja um case de sucesso, pois conseguiu manter todas as suas unidades abertas e não demitir os funcionários. “Para isso contamos com um planejamento minucioso e foco total na execução te todo escopo elaborado para garantir a operação saudável da rede”, explica.

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Com informações da PEGN
Foto: reprodução

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